domingo, 2 de fevereiro de 2014

Interjeição.

Não há raiva que se me compare
Não há tempo que te não leve
Haverá algo em que eu não pare?
Oh, sou eu assim tão leve.

Perdido na loucura do céu
Perdição, uma vida de cão
Vivendo bem num universo de bréu.
Oh, eterno coração.

Pudesse eu ser o que não sou.
Estar onde não estou.
Ver o que não vejo.
Sentir o que sei.

Não há nada que sinta que saiba,
Saibo que sinto mas não sei.
Penso por não saber e sei por não sentir.

Acabo a vida num suspiro intermitente.
Começo a morte com um riso demente.

Há então um sucesso chamativo.
Um processo putativo.
Vítima de um ignóbil destino.
Sendo eu o mesmo pobre espírito.

Perdido na vida em que não me fui.
Não estou e não sei.
Não vivi e sei.
Perdi-me na sapiência de não saber.

Oh.

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