Devia eu tornar-me alguém?
Quem eu fosse
Mesmo que ninguém,
Algo que o vento trouxe,
Apimentado de doce.
Uma aventura, uma cruzada
Um abraço na almofada
Um adeus na alvorada
Na amurada, os seus
Braços de semideus.
Há algo que eu não seja?
Um alguém que festeja,
Uma beata na igreja,
A galinha que cacareja.
Oh, que desespero
Eu que acelero e desacelero,
Desconsidero-me, mas quero
O que exagero, o que eu modero
e reconsidero, mas tão sincero!
Parei e pensei.
Nada era mais do que eu
Eu era o rei fora de lei.
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