quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cinco minutos.

Uma imensidão de nada abate-se sobre mim.

Um pesar profundo, soturno
Imenso, imundo
Uma cacofonia de gíria, de gritos,
De pássaros, de ritos
O som das árvores, da tecnologia
O barulhar da permanente analogia
O indescolável sufoco
Da existência humana.

O indubitável nascer
Morrer, viver, tratar, domar
Uma harmonia falsa de pantonímias

Agudez, dilacerado
Sinto-me internado pelo meu próprio ser
Um ser que tanto é
Mas que nada deixou de ser.

Com isto pensei, chorei e amei
Não dá um passo mais
Não há caminho, não há estrada
Não há indicação que me faça ir

Que me faça ir em direção ao fim,
Que me faça fugir com direção ao infinito onde nunca chegarei
Que me faça atingir o inatingível.

Um objetivo efémero 
Escrito com os caracteres de deus
Um deus tão tirano,
que de tudo tirou a perfeição.
Até de si.

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