quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dissecação.

A difração do nosso ser,
Ocupa três linhas a descrever.
Uma para a sentir
Outra para a saborear
E a última para a ver.

Sentir o vasto infinito a caber num ser
Finitamente sou
O res cogitans
O mártir do conhecimento
E a custódia da sabedoria.

Saborear a dilatação da omnipresença
A perfeição de um deus cruel
Um deus infinito,
Contendo em si todas as imperfeições.
Um deus que dorme num colchão de estrelas,
Que tortura os ácaros da inércia.

Visão
A visão impossibilitada pela escuridão do infinito.
Um coração que bate, frenético,
Audição,
O som do omnisciente,
Do tédio
Da vida que não a há
Da infinidade de seres
Mesmo sabendo que não o são.
Tacto,
Tacteando a mais profunda réstia de decência
Num mundo decadente
Num universo que decai
Numa existência que não é
Num ser que não existe.

O que é a vida, 
Sendo que a existência não passa do ser,
E o ser existe por não viver ?

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