quarta-feira, 22 de maio de 2013

penitus.

Um segredo bem guardado
Atrás do piano.
Estaria ele escondido,
Ou apenas abandonado?

Um rato passava silencioso,
O vento ecoava
A sala abria-se num espaço infinito
E eu perdia-me.
Perdia-me no espaço e no tempo.

Perdia-me na vida que tinha,
Perdia-me no que me faltava.
O rato passava.
O rato vivia.

Não havia nada que não invejasse no ser.
O rato era.
Nada mais.

Porque havemos nós de ser mais do que somos?
Porquê a auto-superação,
Se não passamos de seres?

E aí a sala revelou o seu brilho vítreo,
Descobri-me então num espelho.

Sem comentários: